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Um homem chega a uma insólita cidade, logo se mete em confusão e toma uma surra que o deixa à beira da morte. Este é apenas o começo de uma tragicomédia de proporções épicas. Contudo, o novo filme de Aki Kaurismäki também pode ser visto como uma lição de amor, ao relatar de que maneira este desconhecido, que perde a memória depois de quase ser linchado, redescobre os encantos da vida nos bairros humildes de Helsinque. Em tom de comédia, o diretor conta como o personagem se recupera com a ajuda de uma assistente do Exército da Salvação. O Homem sem Passado desconstrói essa pequena fábula em curtas esquetes, tudo com um mínimo de diálogos, como se as convenções sociais de repente não importassem e restasse às pessoas ir direto ao ponto. O filme flerta com a cultura rock/pop num ambiente de excluídos, onde a solidariedade trabalha para resgatar a dignidade humana.